Com o objetivo de discutir sobre igualdade de gênero, empoderamento feminino e fortalecer a rede de proteção às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar, a Comissão da Mulher da Alepe promoveu na última quarta-feira, em Carpina, na Mata Norte, a segunda audiência pública do projeto Comissão Itinerante. O encontro reuniu parlamentares, moradores e lideranças locais na Escola Técnica Estadual Maria Eduarda Ramos de Barros.

Na abertura, a presidente da comissão, deputada Delegada Gleide Ângelo, do PSB, apresentou dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública que alertam para o problema da violência contra as mulheres no País: 18,6 milhões afirmam ter passado por algum tipo de violência em 2022; e na faixa etária entre 16 e 24 anos, 33,4% dizem sofrer violência física e/ou sexual por parte do parceiro íntimo ou ex. O índice é maior que a média mundial, hoje em 27%, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. 

Gleide Ângelo considerou positivo o encontro e informou que, no trabalho de fortalecimento da rede de proteção às mulheres, a Comissão Itinerante vai visitar as doze Regiões de Desenvolvimento de Pernambuco. “A gente veio aqui para construir junto com o município alternativas para que a rede funcione de uma forma mais efetiva, eficiente. Agora a nossa luta aqui é conseguir para o município de Carpina uma Delegacia da Mulher porque as mulheres de Carpina precisam sim e a violência daqui justifica que essa delegacia venha para cá o mais rápido possível.”

Em Carpina, a Polícia Civil registrou 444 boletins de ocorrência em 2022 e 299 nos nove primeiros meses deste ano. Para Gleide Ângelo, o número deve aumentar até o final de 2023, mesmo com a cidade não contando com uma delegacia especializada no combate à violência contra a mulher. A instalação do equipamento público foi um dos apelos feitos por participantes do debate.

A secretária da Mulher do município, Izaura Pessoa, ressaltou o papel da pasta no enfrentamento à violência com atendimento multidisciplinar, composto por profissionais de diversos segmentos. Um dos focos desse trabalho, ressaltou, é a busca de uma maior conscientização sobre o problema. “A gente não consegue adivinhar quem passa pela violência, a gente precisa receber a denúncia e a gente precisa receber a procura dessas mulheres, mas mesmo assim nós temos muitos projetos que a gente vai catar mesmo, a gente vai atrás. A gente tem uma secretaria constituída assim de advogados, de psicólogas, assistente social, temos pedagoga também.Temos bastante assessoras lá.”

O primeiro-secretário da Alepe, deputado Gustavo Gouveia, do Solidariedade, também prestigiou o evento. Ele reforçou a necessidade da integração entre as secretarias municipais de Carpina e destacou a importância de todos se envolverem. “O Poder Legislativo de Pernambuco hoje se faz aqui presente ajudando, apoiando, para que a gente possa discutir políticas públicas, para que a gente possa discutir soluções para que a gente possa não só evitar como também conscientizar as pessoas de que crimes como esse nos dias de hoje é um absurdo a gente ainda vê esse tipo de coisa acontecer.”

A primeira reunião itinerante deste ano foi em Goiana, também na Mata Norte. A próxima, ainda sem data marcada, será em Garanhuns, no Agreste Meridional.